Escolas de samba de Santa Maria não têm Plano de Prevenção e Combate a Incêndio

Faltando menos de três meses para o Carnaval de Rua de Santa Maria, marcado para os dias 14, 15 e 16 de março, na Avenida Liberdade, algumas escolas têm dúvidas se a festa popular vai mesmo ocorrer. A prefeitura e a recém-formada Liga das Escolas de Samba de Santa Maria garantem que sim, porém, só deverão pisar na avenida as escolas que estiverem regularizadas junto à prefeitura e aos bombeiros.

O problema é que apenas quatro das nove agremiações da cidade têm quadra (própria ou provisória). Das demais, três utilizam espaços abertos ou fechados cedidos pelo município e duas sequer têm espaço definido para ensaiar e se preparar. E nenhum local tem Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI), conforme a Liga. Mas as que têm quadras garantem que estão em processo de regularização junto aos bombeiros.

A preocupação maior é com o risco de incêndios nos barracões em função da grande quantidade de materiais inflamáveis usados na confecção de fantasias e carros alegóricos. Casos desse tipo têm ocorrido com frequência nos últimos anos em escolas de São Paulo e do Rio de Janeiro (veja página 9).

Em Santa Maria, a corrida contra o tempo começou. Na última semana, representantes da prefeitura, da Liga e dirigentes de escolas se reuniram para saber a situação e as necessidades de cada agremiação. Amanhã, às 9h, o 4º Comando Regional de Bombeiros (4º CRB) recebe a Comissão Permanente de Políticas Públicas e a Liga das Escolas de Samba para tratar dos PPCIs. Nos próximos dias, o vereador e engenheiro Sérgio Cechin irá começar uma série de vistorias nas quadras para apontar os equipamentos necessários e dar início aos planos de prevenção.

Bombeiros dizem que não foi programada vistoria nas escolas

Em contagem regressiva, algumas entidades começaram a fazer adequações por conta própria. Algumas dizem que procuraram os bombeiros para se regularizar, mas que vistorias ainda não foram feitas. O Diário foi às quatro escolas que têm quadras e, de forma geral, encontrou prédios antigos com problemas na estrutura, rede elétrica exposta e vidros quebrados, entre outros danos visíveis. Em uma, o mato tomou conta da área que parece abandonada.

O tenente-coronel Luis Marcelo Gonçalves Maya, comandante do 4º CRB, disse que não foi planejada, até o momento, uma fiscalização específica nas escolas de samba, como a realizada nos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) antes da Semana Farroupilha. Entre o final de agosto e início de setembro, 39 entidades tradicionalistas da cidade foram inspecionadas pelos bombeiros. Do total, apenas uma tinha alvará de prevenção a incêndios em dia. De forma geral, todos fizeram adequações e nenhum chegou a ser interditado pelos bombeiros.

Durante o decorrer deste ano, pelo menos três escolas utilizaram os locais de alguma forma, para a confecção de fantasias, montagem de carros alegóricos, ensaios ou promoção de festas para arrecadar recursos.

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Em busca de segurança

A Associação Cultural Unidos do Itaimbé se adiantou e, por conta própria, com orientação de um profissional, colocou nova sinalização e iluminação indicativa nas saídas de emergência, abriu uma terceira porta que estava lacrada no prédio da quadra e já providenciou a colocação do botijão de gás fora da cozinha.

_ Sabemos que os bombeiros vão pedir mais coisas, mas nos adiantamos, porque não sabemos quando eles vão vir vistoriar _ disse a dirigente, Vanilda Bolzan de Pelegrini.
Se, por um lado, o medo de ter um barracão interditado assombra, por outro, a possibilidade de utilizar o material que havia sido preparado para o Carnaval deste ano, e que acabou sendo cancelado devido à tragédia na boate Kiss, serve como alívio.

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